Ficamos tristes em saber do falecimento de Aloysio Raulino. Raulino foi um dos mais importantes fotógrafos do cinema brasileiro e quem fez a fotografia do curta metragem Oi Lá no Céu !, realizado pelo Garatuja em parceria com a Associação Cachuera! O que me chamou a atenção em seu trabalho foi a sutileza de gestos e atitudes ao registrar as congadas de Atibaia. Trata-se de um tema "delicado" pela circunstância que envolve a comunidade, formada basicamente por pessoas simples, tímidas e envolvidas num contexto de devoção e religiosidade. Sua postura foi fundamental para colher as imagens e depoimentos de forma tão natural e autênticas presentes no vídeo. A luz, a sombra, a cor, as granulação e outras sutilezas visuais, somam-se à postura, à sensibilidade, que faziam dele um dos mais considerados fotógrafos e diretores brasileiros. Bem diferente do vídeo feito meses depois, sobre o mesmo tema, por equipes das oficinas promovidas por uma das administrações anteriores. Nele, a fotografia foi realizada de forma totalmente invasiva. Preferi sair de perto com tal desrespeito. A cinegrafista parecia que estava filmando uma passista de escola de samba, percorrendo, de cima abaixo o corpo dos dançantes a menos de 20 cm de distância...foi constrangedor. A propósito, pincei numa revista chamada Filme Cultura, de 1981, editada pela antiga Embrafilme, um trecho da entrevista cedida por Aloysio Raulino onde ele comenta sobre a postura de outro fotógrafo, mas a definição cabe perfeitamente a si próprio: "Zé Medeiros sabe, com uma total percepção, de que não deve se impor a nada, deve ser justamente um grande técnico; uma grande sensibilidade, uma grande dialética para o realizador. Eu acho que esse é um exemplo de cinema, de um fotografo". Era dele os curtas Noites Paraguaias, Jardim Nova Bahia, O Tigre e a Gazela e outros. Fotografou ainda os filmes Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento, Serras da Desordem, de Andrea Tonacci e O Homem que Virou Suco, Greve e Travessia de Joao Batista de Andrade, entre muitos outros. A direção do vídeo Oi Lá no Céu ! foi de Rubens Xavier e a edição de Fernando Andrade, filho do João Batista de Andrade. Segue o link: http://www.curtadoc.tv/curta/index.php?id=929
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Notícia triste
por Márcio Zago
Ficamos tristes em saber do falecimento de Aloysio Raulino. Raulino foi um dos mais importantes fotógrafos do cinema brasileiro e quem fez a fotografia do curta metragem Oi Lá no Céu !, realizado pelo Garatuja em parceria com a Associação Cachuera! O que me chamou a atenção em seu trabalho foi a sutileza de gestos e atitudes ao registrar as congadas de Atibaia. Trata-se de um tema "delicado" pela circunstância que envolve a comunidade, formada basicamente por pessoas simples, tímidas e envolvidas num contexto de devoção e religiosidade. Sua postura foi fundamental para colher as imagens e depoimentos de forma tão natural e autênticas presentes no vídeo. A luz, a sombra, a cor, as granulação e outras sutilezas visuais, somam-se à postura, à sensibilidade, que faziam dele um dos mais considerados fotógrafos e diretores brasileiros. Bem diferente do vídeo feito meses depois, sobre o mesmo tema, por equipes das oficinas promovidas por uma das administrações anteriores. Nele, a fotografia foi realizada de forma totalmente invasiva. Preferi sair de perto com tal desrespeito. A cinegrafista parecia que estava filmando uma passista de escola de samba, percorrendo, de cima abaixo o corpo dos dançantes a menos de 20 cm de distância...foi constrangedor. A propósito, pincei numa revista chamada Filme Cultura, de 1981, editada pela antiga Embrafilme, um trecho da entrevista cedida por Aloysio Raulino onde ele comenta sobre a postura de outro fotógrafo, mas a definição cabe perfeitamente a si próprio: "Zé Medeiros sabe, com uma total percepção, de que não deve se impor a nada, deve ser justamente um grande técnico; uma grande sensibilidade, uma grande dialética para o realizador. Eu acho que esse é um exemplo de cinema, de um fotografo". Era dele os curtas Noites Paraguaias, Jardim Nova Bahia, O Tigre e a Gazela e outros. Fotografou ainda os filmes Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento, Serras da Desordem, de Andrea Tonacci e O Homem que Virou Suco, Greve e Travessia de Joao Batista de Andrade, entre muitos outros. A direção do vídeo Oi Lá no Céu ! foi de Rubens Xavier e a edição de Fernando Andrade, filho do João Batista de Andrade. Segue o link: http://www.curtadoc.tv/curta/index.php?id=929
Ficamos tristes em saber do falecimento de Aloysio Raulino. Raulino foi um dos mais importantes fotógrafos do cinema brasileiro e quem fez a fotografia do curta metragem Oi Lá no Céu !, realizado pelo Garatuja em parceria com a Associação Cachuera! O que me chamou a atenção em seu trabalho foi a sutileza de gestos e atitudes ao registrar as congadas de Atibaia. Trata-se de um tema "delicado" pela circunstância que envolve a comunidade, formada basicamente por pessoas simples, tímidas e envolvidas num contexto de devoção e religiosidade. Sua postura foi fundamental para colher as imagens e depoimentos de forma tão natural e autênticas presentes no vídeo. A luz, a sombra, a cor, as granulação e outras sutilezas visuais, somam-se à postura, à sensibilidade, que faziam dele um dos mais considerados fotógrafos e diretores brasileiros. Bem diferente do vídeo feito meses depois, sobre o mesmo tema, por equipes das oficinas promovidas por uma das administrações anteriores. Nele, a fotografia foi realizada de forma totalmente invasiva. Preferi sair de perto com tal desrespeito. A cinegrafista parecia que estava filmando uma passista de escola de samba, percorrendo, de cima abaixo o corpo dos dançantes a menos de 20 cm de distância...foi constrangedor. A propósito, pincei numa revista chamada Filme Cultura, de 1981, editada pela antiga Embrafilme, um trecho da entrevista cedida por Aloysio Raulino onde ele comenta sobre a postura de outro fotógrafo, mas a definição cabe perfeitamente a si próprio: "Zé Medeiros sabe, com uma total percepção, de que não deve se impor a nada, deve ser justamente um grande técnico; uma grande sensibilidade, uma grande dialética para o realizador. Eu acho que esse é um exemplo de cinema, de um fotografo". Era dele os curtas Noites Paraguaias, Jardim Nova Bahia, O Tigre e a Gazela e outros. Fotografou ainda os filmes Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento, Serras da Desordem, de Andrea Tonacci e O Homem que Virou Suco, Greve e Travessia de Joao Batista de Andrade, entre muitos outros. A direção do vídeo Oi Lá no Céu ! foi de Rubens Xavier e a edição de Fernando Andrade, filho do João Batista de Andrade. Segue o link: http://www.curtadoc.tv/curta/index.php?id=929
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