segunda-feira, 22 de abril de 2013

Le Paysagiste, um clássico.

Em 1930 o russo Alexander Alexeieff inventou uma forma originalíssima de fazer animação, a tela de pinos, também conhecida como pinscreen. Alexander, além de animador, era artista plástico e isso  fica evidente nos filmes que realizou. Embora classificado como animação de objetos tridimensionais, seu trabalho lembra mais um desenho a carvão, ou mesmo a gravura em metal. Essa técnica consiste em manipular milhares de pinos, ou alfinetes, atravessados numa chapa branca. Esses pinos podem ser colocados em diferentes posições e quando iluminadas lateralmente emitem sombras, que em contraste com o fundo branco, criam infinitos tons de cinza. Até mesmo o ferramental desenvolvido pelo Alexander é muito próximo da gravura, como o rolinho e o brunidor usados na calcogravura. Apesar do incrível efeito plástico que a técnica produz, ela tem algumas limitações. Por ser absolutamente original, tornou-se uma marca, uma matriz, que confere ao efeito um resultado que dificilmente será dissociado de seu criador. Quando vi Le Paysagiste pela primeira vez, jurei que era de Alexander Alexeieff, mas na verdade era de Jacques Drouin. Ele herdou a técnica de Alexander quando passou pelo National Film Board of Canada, nos anos setenta, e mantém viva essa técnica até os dias de hoje, indiferente de todo aparato tecnológico dos meios digitais. Le Paysagiste, feito em 1976, é muito bonito e um clássico da animação. Indispensável para quem quer conhecer o que de melhor se produziu no gênero.



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