segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Exposição reuniu o acervo relacionado à animação e desenho animado do Garatuja


Em outubro de 2023 o Garatuja completou quarenta anos de atividades consecutivas em Atibaia. Para celebrar essa data foi realizada uma série de eventos que incluíram o lançamento do livro “Movimento & Traçados - Ideias e Ações - 40 anos de Garatuja em Atibaia”, escrito pelos fundadores da entidade, Márcio Zago e Élsie da Costa. Exposições sobre diferentes áreas de expressão que foram trabalhados nesse período também integrou a programação. Entre eles uma exposição sobre o material produzido nas diversas curtas metragens de animação realizadas desde 1996. A abertura aconteceu dia 14 de outubro na própria sede da entidade, onde a exposição permaneceu até o inicio de dezembro. O Garatuja é pioneiro em Atibaia no segmento da animação voltada ao público infanto-juvenil. A primeira experiência ocorreu em 1996 quando a entidade realizou as primeiras oficinas de animações com crianças. Foram produzidas nove curtas metragens utilizando a bitola Super-8. São eles: A Poluição, Filhotes Sapecas, O Acidente da Tam, O Balão, O Castelo Misterioso, O Saci Atrapalhado, O Tarado, O Pintor e Joanito. Ainda não havia as facilidades dos meios digitais e o processo analógico era o único disponível naquele momento. Mais tarde, quando fomos habilitados Ponto de Cultura, em 2004, a entidade adquiriu equipamentos mais atualizados e o trabalho com animações se intensificou. O diálogo entre os diferentes processos, analógicos e digitais, tornou-se frequente e virou uma das características do trabalho desenvolvido nas oficinas de animações. Na época os filmes virgens de Super-8 eram comprados nos Estados Unidos, via correio. O custo da revelação estava incluído na compra. Depois “de queimado”, ou seja, registrado as imagens, o filme era enviado novamente para o laboratório que vendeu, nos EUA. Lá o filme era revelado e enviado de volta para o comprador. Os filmes assim produzidos demoravam em média quatro meses entre a primeira compra e recebimento do filme finalizado. Em 2012 alguns destes pequenos filmes foram recuperados. Na exposição do Garatuja os visitantes puderam ver os recortes utilizados nas animações de 1996, portanto desenhos com quase trinta anos que foram guardadas pela entidade. Foram expostos ainda o material produzido para a animação Auxesse e os desenhos originas de Pro Beleléu!, além dos painéis utilizados na animação A Viagem de Um Barquinho, onde todo o processo utilizado priorizou a iluminação como elemento estético e mesmo rítmico da história. Este evento fez parte do projeto GARATUJA – 40 Anos Dedicados às Artes Visuais e Cênicas na Infância e Juventude – Edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc 51/2021 – Prêmio por Histórico de Realização para Pontos de Cultura. #ProAC2021
















terça-feira, 4 de julho de 2023

Cento e vinte anos de cinema em Atibaia. Uma data histórica!

 



 






Dia 05 de julho de 2023 é uma data especial para o cinema de Atibaia. Há exatamente cento e vinte anos, foi exibido o primeiro filme na cidade. Trata-se de um momento raro na história da cultura local, que pode ser comprovado com precisão através de uma "certidão de nascimento". Essa "certidão" foi impressa nas páginas do jornal O Atibaiense. O centenário jornal anunciou a novidade da seguinte forma: TEATRO - HOJE - Estreia do grandioso CINEMATOGRAPHO - Um verdadeiro sucesso - Serão exibidos ao vivo: O Enterro de Humberto, Os Bombeiros Apagando um Incêndio no Rio de Janeiro e A Chegada de Um Trem e o Desembarque dos Passageiros - E muitas outras vistas - Só daremos dois espetáculos, pois precisamos seguir para Bragança. Dos três filmes exibidos, um deles também marca o início da cinematografia mundial. A Chegada de Um Trem e o Desembarque dos Passageiros foi o primeiro filme a ser projetado publicamente pelos irmãos Auguste e Louis Lumière em 28 de dezembro de 1895, no Teatro Eden, no sudoeste da França.

A exibição em Atibaia aconteceu no Teatrinho do Mercado, um espaço cultural que existiu até 1915, onde atualmente fica a entrada do estacionamento do Mercado Municipal, ao lado da Praça Aprígio de Toledo e ocorreu através de uma companhia itinerante que circulava pelo país. O anúncio publicado no jornal destacava a palavra "cinematógrafo", que nomeava tanto a companhia exibidora, como o projetor da época. O aparelho era movido manualmente por uma manivela e possuía três funções: filmar, revelar e projetar. Era portátil e pesava menos de 5 kg, não dependendo de eletricidade (vale lembrar que a eletricidade só chegou a Atibaia em 1907). Essa versatilidade foi uma das características que ajudaram a espalhar rapidamente o cinema por todos os lugares.

Para os atibaianos, o cinema foi amor à primeira vista. A paixão da elite local pela sétima arte possibilitou, já em 1911, a inauguração do primeiro cinema da cidade, o Pavilhão Recreio Cinema, seguido logo depois, em 1913, pelo Palace Teatro. Juntos, eles ofereciam cerca de 1.500 lugares para uma população de aproximadamente 11.000 habitantes, sendo que apenas 2.000 deles viviam na área urbana. Essa informação confirma o pioneirismo e a importância que o cinema teve no contexto cultural do município no início do século XX. Uma data a ser lembrada e comemorada!