segunda-feira, 9 de junho de 2014

Lobby Card

















Quando o cinema começou a ser uma atividade comercial, logo vieram as imagens gráficas para facilitar na venda. A partir do inicio do século 20, além dos cartazes, surgem os looby cards, pequenos cartões com informações adicionais sobre o filme. A palavra lobby pode ser ante-sala, embora seja mais comum sua conotação política (grupos de pessoas com interesses comuns e com poderes sobre o poder público). Esses cartões (cards) eram fixados nas entradas dos cinemas, ao lado dos cartazes e faixas com o nome dos filmes. Tinham a intenção de atrair a atenção do expectador para o que iria ser projetado. As imagens dos lobby cards (desenhos ou fotos), caracterizam-se pelo forte apelo visual, com destaque para as cenas mais importantes do filme, além dos rostos dos principais atores. O título do filme e outras informações secundárias completavam a informação. É uma mídia em extinção, e muito valorizada pelos colecionadores de outros países. No Brasil era comum o material gráfico promocional acompanhar os filmes por diferentes exibidores. Cada cinema recebia seu kit, com os rolos de filmes 35 mm, cartazes e os lobby cards. Havia ainda as faixas que eram produzidas pelo próprio exibidor e fixadas na fachada do cinema. Quando criança, estudava no Grupo Escolar José Alvim e passava em frente o Cine Atibaia a caminho de casa. Não raras vezes, parava em frente ao cinema para observar alguém pintando essas faixas...Ficava encantado em ver a facilidade com que era feito o trabalho. Depois da temporada de exibição, os rolos de filmes, cartazes e lobby cards eram repassados ao próximo exibidor. Esse material gráfico só era descartado quando estavam bastante danificados. Daí a raridade dos lobby cards de filmes nacionais. No Garatuja guardo um material promocional do filme O Menino Arco-Iris, de 1979, que uso como mostruário nas oficinas que realizo. Esse filme é um drama bíblico escrito, produzido e dirigido pelo Ricardo Bandeira - "Uma grande comédia mágica-realista", como diz o próprio autor. Ricardo Bandeira foi um dos maiores mímicos brasileiros.